terça-feira, 15 de dezembro de 2015

#SouQuemEuQueroSer


Hey! Como vão? Essa semana comecei com uma campanha bem legal em um dos grupos de blogueiras que participo, que deu muito o que falar. A campanha já se espalhou por diversas redes sociais, hoje eu vou explicar ela pra vocês e mostrar relatos das pessoas que toparam ser as primeiras a participar, então vem comigo!


Essa semana propus um "desafio" (vamos chamar assim porque não é nada fácil) para as blogueiras de um grupo que eu participo, a ideia era contar a todos sobre os preconceitos que, mesmo não classificados como preconceito, já sofremos! Seja com cor de cabelo, como contei nesse post, ou com coisas pequenas que quase nunca são ditas. A ideia era, convidar as blogueiras a contarem suas lutas diárias contra essa gente preconceituosa usando a hashtag #SouQuemEuQueroSer, acontece que muitas blogueiras começaram a se abrir nos comentários da minha publicação e eu vi quantas pessoas ainda tem a mente fechada para coisas diferentes, então propus, que cada uma dessas formadoras de opiniões, além de contarem as suas lutas selecionassem leitores, ou pessoas próximas para participar, e assim motivar mais pessoas a serem livres, serem elas mesmas, mesmo com esse mau que perturba tanta gente.

Hoje eu vou apresentar a vocês histórias que recebi no meu inbox, de pessoas próximas, blogueiras, leitores, enfim... Pessoas que sofreram com algum tipo de preconceito, mas mesmo assim deram a volta por cima e hoje dão lição de motivação a todos.

Eu conversei com a Maíra Fernandes, ela, assim como eu, 
sofreu preconceito por ter cabelos coloridos e contou um pouco pra mim.


Sempre tive cabelos coloridos, desde os 7 anos eu descoloria o cabelo, mas o preconceito não veio diretamente até mim. Vários conhecidos sempre chegavam aos meu pais e questionavam se eles deixavam eu pintar o cabelo. Um momento constrangedor foi quando um desses conhecidos disse que a filha dele não pintava o cabelo, não mudava a aparência, dando a entender que meus pais são ruins por me deixarem pintar o cabelo. Mas foi simples, cortamos amizade com eles e qualquer outra pessoa a gente meio que ignorava. Meus pais não ligavam muito, achavam ruim, mas nunca se abalaram.
Primeiro coisa a fazer é ignorar! Se você gosta, faça, quem te ama não vai se importar o resto é resto, e resto a gente joga fora. A opinião dos outros não pode interferir no que você é ou quem voce quer ser. A felicidade deles não se encaixa com a sua, assim como a sua não encaixa na deles, não dá pra deixar todo mundo feliz. E não importa quem você seja, você nunca está sozinho. Se você tem cabelo colorido, tem milhões de pessoas que também tem, se você tem centenas de piercing pelo corpo, tem milhares de pessoas que tem também, você pode perder alguns amigos por ser quem é, mas você fará ainda mais justamente por ser quem é.
Também conversei com a Ikili Correa, que sofre com as piadinhas por ser magra, 
o texto que ela me enviou me motivou tanto que eu não 
poderia deixar de compartilhar com vocês.

Oi Beatriz. Meu nome é Ikili, eu tenho 15 anos e sou do Espirito Santo. Tenho mais ou menos 1,66 de altura e peso 51kg. Sou bem magra e sou alvo de brincadeiras sem graça por causa disso. Piadinhas e indiretas chegam até mim a todo momento. Sabe o mais engraçado? Eu amo ser magra. Eu acho lindo, me sinto super bem e quero emagrecer mais ainda, o que me deixa triste não são as brincadeiras e zoações, e sim a mente fechada das pessoas, que pensam que 
existe um padrão, que toda mulher tem que ter uma super bunda e uma super coxa. Eu me sinto ótima com meu corpo.
O que eu posso dizer pra pessoas que também passam por isso é: A única opinião que importa, quando o assunto for o seu corpo, é a sua opinião. Não podemos nos transformar em uma coisa que não gostamos apenas porque a sociedade quer, você é mais que isso! O seu corpo é a sua casa, porque deixar ela de um jeito que os outros vão gostar e você não? Parem de se preocupar com o que os outros vão pensar, seja quem você é, seja quem você quer ser! Vamos quebrar esses padrões!
A Maria Venancio, contou sobre o bulling que ela sofria na escola, 
e também contou sobre o preconceito que seu namorado sofreu ano passado, 
mas deu a volta por cima e deu uma lição de alto controle.


Sempre fui gordinha, nunca gostei muito disso por que quando você gosta de algum menino ele não vai te olhar com os mesmos olhos que ele olha para uma menina magra e de cabelos longos. Quando eu estava na terceira série, eu não morava em São Paulo e estudava no SESI, acho que você deve conhecer a rede de escolas, um dia fui para a escola de calça jeans, ela de certa forma era um pouco apertada para mim, já que eu era gordinha na época e na hora do intervalo veio uma garota da quarta série me zoar na frente da escola inteira, falando que eu estava parecendo um botijão de gás ambulante com aquela calça jeans. Na época eu também andava um pouco de cabelo solto e o meu cabelo sempre foi cacheado e ela dizia que meu cabelo era ruim é que eu vivia escondendo coisas dentro dele, por isso que sumia canetas, borrachas, lápis e afins da escola inteira, por que eu guardava dentro dele. Nunca contei nada para minha mãe por medo, mas sempre contei para a diretora da escola que acabou se tornando uma grande amiga minha, sempre ouvia tudo calada e ia correndo contar pra ela depois, acabava que eu cabulava aula na sala da diretora contando as coisas pra ela e chorando muito. Até o dia em que eu voltei pra São Paulo e comecei a fazer exercícios e descobri que isso poderia ser um grande problema de saúde para mim depois.
Com o meu namorado, aconteceu ano passado quando ele foi me buscar na faculdade, estávamos no começo do namoro praticamente e ele estava me esperando na porta da facul. Como ele é muito negro, às vezes brincando com ele eu falo que ele parece a noite quando da 23:30, até aí, tudo bem pois é um brincando com o outro. Até que chegou um palhaço de uma outra turma e perguntou como é que eu aguentaria namorar um cara desses, pois ele é muito negro pra mim e que pra eu poder enxergar ele, ele teria que sorrir. Isso me revoltou de uma maneira, que o meu próprio namorado teve que me segurar para não espancar o cara. Hoje eu dou risada disso, por que era pra ele ficar com raiva e não eu, mas meu namorado é super de boa, É como se fossemos o ing e o iang, eu sou estressada e explosiva e ele é calmo e tranquilo.
quando eu era pequena eu passei a conversar com a diretora da escola sobre o que ocorria, chorava muito quando chegava lá e também chorava em casa, mas sempre busque alguém que possa te ouvir. Mesmo que a pessoa não consiga falar nada, alguém pra te ouvir vai ser a melhor coisa por que alivia. E pra quem sofre esse tipo de coisa que o meu namorado sofreu aquele dia, em primeiro lugar busque se acalmar, em segundo não responda de imediato, dê aquela risadinha de quem tá pouco se ferrando e faça de conta que isso não aconteceu, pois quanto mais você ignorar, mais eles vão parar já que vão ver que não vai surtir efeito.




A Simony Bernardo me enviou a sua história no facebook, 
e não impressionou só a mim, mas várias pessoas que se movimentaram 
para ajuda-la em campanha.


Bom, sofri um acidente de trabalho no meu ex emprego, adoeci e em seguida fui demitida. Com o tempo fui adoecendo mais e as pessoas começaram a agir como se estivessem com nojo e vergonha de mim. Comecei a ser esnobada por minhas ex amizades e até por parentes. Cheguei a ouvir que minha vida havia acabado, achavam que meus problemas eram contagiosos. Olhavam para minha aparência e não chegavam perto, outros, olhavam para minhas roupas e era como se estar perto de mim fosse nojento para eles. Me senti muito mau, triste, chorava muito.
Me chamaram de gorda baleia, pobre, doente, etc. Fiquei tão mau a ponto de querer sumir.
O tempo foi passando e agora após dois anos, já consigo lidar melhor com isso. Eu diria e digo para as pessoas que passam pelas mesmas coisas que eu, que ninguém é melhor que ninguém, somos todos humanos, de carne e osso. Devemos nos respeitar e respeitar ao próximo, pois o que não queremos para nós, não devemos fazer aos outros, nem muito menos tratar as pessoas como lixo ou 
um objeto descartável. Nessa vida, todos nós estamos sujeitos a tudo, pois ninguém sabe como será um minuto após esse. O amor, a compreensão, paz e respeito é sempre o melhor em nossas vidas e nossos corações. Eu fiz o seguinte para tentar sair da situação: Me afastei de todos que me fizeram mal, em todos os sentidos, fiquei longe, exclui do facebook, do telefone e do whatsApp. Faço as coisas que gosto, assisto filmes, novelas, cuido da minha saúde, estudo, comecei a conhecer novas pessoas, mesmo pela internet e por coincidência, todos passaram pelas mesmas coisas que eu! Atualmente o preconceito diminuiu 98%, pois, continuei na minha, mas precisei me expor ao público para pedir ajuda, pedir respeito. ensinei a cada um uma lição de vida sem citar nomes nem nada e se expor foi por falta de escolha mesmo! Porém isso tem me ajudado, e ajudado a muitas outras pessoas. 
De madrugada eu conversei com a Mandy que abriu o coração 
para falar do preconceito que sofreu e ainda sofre.



Eu tenho um lado do rosto mais caído que o outro, quando estou de cara lavada dá para disfarçar um pouco porque as sobrancelhas ficam claras e falhadas, mas quando estou de maquiagem dá para perceber, por causa das sobrancelhas que ficam bem destacadas. Eu nunca contei isso para ninguém que seja próximo de mim, nem para minha namorada, mas tem uma pessoa na minha faculdade que toda vez que vê brinca que parece que colocaram a minha sobrancelha errado. Para essa pessoa é apenas uma brincadeira e nada além disso, mas infelizmente é uma brincadeira que se dói muito de ouvir. Eu não sei porque nasci com essa diferença entre uma sobrancelha e outra, mas eu não me importo muito com ela, então fico triste em ver que as pessoas em volta sim. Eu poderia não usar maquiagem nelas, dessa forma elas continuariam finas e falhadas e o óculos esconderia o resto, mas eu gosto de ter sobrancelhas grossas e desenhadas e de olhos bem delineados. Toda vez que tenho uma aula com essa pessoa é a morte dos sorrisinhos falsos, infelizmente. Mas é algo que escuto em um ouvido e deixo passar em 
outro. Lavem os ouvidos de comentários maldosos como esses. Se você gosta de se maquiar e não se importa em deixar destacado o que está torto, então você deve erguer a cabeça e continuar assim. Quem tem que gostar de como você é, é você mesmo. Sim, realmente não tem como não ficar triste com os comentários, mas temos que nos olhar no espelho e dizer: estou uma arraso hoje! Por mais que isso te incomode no momento, não deixe passar disso: de momento. Escute e jogue fora. Esses comentários não devem ser absorvidos, porque você sabe que está linda e é isso que importa!
A mais recente que eu conversei foi a Clara, ela sofreu muitos 
preconceitos na escola, além de tudo, também sofreu por 
ser casada com um homem mais velho que ela.

Antes eu falava gaguejando, usava óculos, era super tímida, não tinha amigos, era excluída na escola por causa do meu cabelo que era bem cacheadinho, eu andava torta, era péssima nos esportes, mas hoje eu mudei. Agora sou casada e
tenho um filho com um homem mais velho, as vezes tem gente que acha que ele é o meu tio, ou o meu pai. Quando eu falo para as pessoas que eu quero virar atriz, elas ficam indiferentes comigo, e algumas nem ligam muito pro blog. Agora eu me valorizo mais, me amo em primeiro lugar, não ligo para a inveja
das pessoas, o melhor é sempre desabafar com alguém de confiança e encarar de frente, pensar positivo, cuidar da autoestima, etc. Hoje sou uma nova Clara, as pessoas que me zoavam não me reconhecem mais porque mudei fisicamente e interiormente, ate me respeitam, eu exclui muitas pessoas do Facebook, e de tudo, só tenho quem realmente é amigo.
A Bruna conseguiu passar por cima de um preconceito que 
muitas pessoas sofrem, e ainda mostrou que não é 
preciso escolher entre igreja e alargadores

Eu tenho 19 anos me chamo Bruna e comporto alargadores e tatuagens.
A pouco mais de um ano resolvi voltar para igreja , aceitei Deus verdadeiramente em minha vida, porém continuei com meu alargador, 
quando passei a frequentar a casa de Deus as irmãs da igreja olhavam assustadas e algumas até com olhar enojado. Não foi fácil, achei que teria que escolher entre o alargador e a igreja, e eu aprendi a amar ambos, fui aguentando por meses os olhares e o riso zombador dos jovens da igreja, que se julgavam certos e eu pecadora.
Quando não aguentei mais fui falar para o pastor, para saber se eu devia tirar o alargador para frequentar a 
igreja, minha surpresa foi ele dizer "não, você fica bonita assim" isso me deu força foi bom saber que eu podia contar com alguém. Com o tempo os dons de Deus de interpretar a palavra foi me dado e ao subir no altar para falar do seu grande amor com um buraco de 28mm na orelha, senti muita atenção ruim sobre mim, mas não desisti contínuo até hoje. Então não desistam! Hoje eu sou a única cantora/pastora na casa de Deus com alargador, e o mais importante, não mude para agradar ninguém Deus nos ama como somos.

Recebi vários outros relatos, mas infelizmente o post ia ficar muito extenso se eu colocasse todos aqui, fiquem tranquilos que isso vai virar uma série de posts, onde as pessoas poderão se abrir e motivar outras. O intuito disso é mostrar a todos que todo preconceito é real! Não é só porque não seja racial que não é preconceito; Muitos estão disfarçados de brincadeiras, outros são tão bem escondidos que parece que estamos loucos, mas é tudo preconceito! Vamos escancarar pro mundo que isso existe sim e não vamos nos calar. 
Gostaria de agradecer muito as gurias que vieram falar comigo, sei que nem sempre é legal falar sobre uma coisa que muitas vezes já passou, mas acreditem que muita gente vai se identificar e se motivar com vocês. Para quem conseguiu se identificar, se inspire nessas gurias e bola pra frente, não de ouvido ao que dizem sobre você, pessoas para julgar tem de todos os lados, e nunca ouve ninguém que agradou a todos. Seja quem você quer ser, não o que os outros querem.
Beijos.

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16 comentários:

  1. Biaaa <3 Parabéns pela campanha <3 Super apoio essa campanha <3 #SouQuemEuQueroSer <3

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  2. Amei. Amei. A-MEI. A-D-O-R-E-I.
    parabéns pelo post, ficou incrível, completo e com muita ajuda a quem realmente precisa!!!! vai longe essa campanha <3 beijooos. fico feliz de ter participado

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    1. Que bom que gostou Maíra e obrigada por participar, graças a vocês a campanha esta crescendo <3 <3

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  3. Ficou ótimo, muito ótimo. Feliz em ter te ajudado enquanto me ajudava.

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  4. Ficou ótimo, muito ótimo. Feliz em ter te ajudado enquanto me ajudava.

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  5. Linda,que honra ,que prazer estou muito feliz por vc,ta famosa colega,tudo de bom,estou me sentindo por estar no seu blog tbm! :D

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    1. KKKKKKK, Que bom que eu consegui te proporcionar tudo isso sua linda <3 <3 Obrigada por motivar as pessoas. :3

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  6. Ow! Essa campanha é muito linda, Bia! Estou orgulhosa por estar fazendo parte! Obrigada por me convidar! Vamos mover o mundo para um #MundoMaisQue20! <3 Beijos!

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    1. Obrigada você por participar, pode acreditar que eu fiquei muito feliz em saber da sua história e pode ter certeza que muita gente vai dar a volta por cima assim como você! :*

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  7. Como é bom ver meninas se unindo contra o preconceito e os julgamentos! Parabéns pela iniciativa, Bia!

    <3

    www.daruapralua.com.br

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    1. Obrigada <3 <3, sim essa união foi incrível, eu realmente senti o começo de uma revolução! Que bom que gostou, espero que essa motivação atinja mais pessoas! <3 <3 Beijos :*

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  8. "Biaaocontrario" - fantástica a tua campanha. Adorei conhecer um pouquinho a mais da historia de cada uma dessas meninas e da sua. Visitarei sempre o teu, parabéns blog ;)

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  9. Cara ficou incrível o seu post, muitas historias incríveis e também muita volta por cima maravilhosa. Adorei ter te ajudado e como eu te falei, são coisas que eu nunca contei para ninguém muito menos para minha mãe, então foi um prazer ajudar você nessa campanha e nesse post.
    Beijos

    http://eaimarryblog.com

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